No calor do sertão do Piauí, onde a força da natureza deixou suas impressões por diferentes eras, o que mais intriga estudiosos e viajantes são os vestígios do homem pré-histórico. Para conhecer melhor esse passado, contado por meio de gravuras e pinturas rupestres, você precisa montar um roteiro para a Serra da Capivara que vá direto ao ponto: em cinco dias, você consegue ver os lugares mais imperdíveis.
→ Onde ficar na Serra da Capivara
Sem longas caminhadas, sem perrengues ou furadas, o meu roteiro para a Serra da Capivara teve de tudo: paisagens lindas, histórias que enchem a alma, trocas de experiências e, no final, aquela sensação de viagem perfeita.
É por isso que você precisa parar para ler estas dicas e entender um pouco mais o que representa o Parque Nacional Serra da Capivara, um lugar que merece estar na lista de todo viajante que tem orgulho de ser brasileiro – sim, este é um lugar que enche a gente de orgulho.
Entenda a Serra da Capivara
A Serra da Capivara é uma área de relevo acidentado, marcada por formações rochosas e cânions que conferem paisagens impressionantes. O Parque abriga a maior concentração de sítios arqueológicos pré-históricos das Américas, com pinturas rupestres e vestígios de ocupação humana que remontam a milhares de anos.
O Parque foi criado em 1979 para preservar esses vestígios e, por causa de sua importância incomparável, entrou para a lista de Patrimônios da Humanidade da Unesco em 1991.
São cerca de 130 mil hectares de área protegida compartilhada entre São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias, cidades do sudoeste do Piauí. Nesta grande área de preservação da Caatinga, mais de 1.200 sítios arqueológicos já foram identificados, mas pesquisadores acreditam que ainda há muito o que descobrir.
É muito importante saber que, como se trata de um parque nacional com sítios arqueológicos sensíveis, a visitação é controlada e monitorada para preservação do patrimônio histórico e natural. Isso significa, que você só pode entrar acompanhado de um guia credenciado pelo ICMBio e é imprescindível ter um bom roteiro para a Serra da Capivara.
→ Veja a lista de condutores credenciados
Circuitos
Existem pelo menos dez circuitos no Parque Nacional Serra da Capivara que podem ser visitados por viajantes:
- Circuito do Boqueirão da Pedra Furada
- Circuito do Sítio do Meio
- Circuito do Baixão das Mulheres
- Circuito do Desfiladeiro da Capivara
- Circuito da Chapada
- Circuito da Serra Branca
- Circuito da Jurubeba
- Circuito do Varedão
- Circuito do Congo
- Circuito do Angical
Neles, há mais de 1.200 sítios arqueológicos mapeados e inúmeras trilhas, mas nenhuma delas pode ser feita de forma independente, sem o acompanhamento de um guia.
Como já expliquei, esta é uma medida para proteger o patrimônio natural e cultural, mantendo sempre o Parque muito bem cuidado como você vai perceber. Além disso, o Parque é muito grande e há partes onde ninguém pode entrar. A natureza agradece!
Os circuitos mais visitados são os que ficam no entorno de São Raimundo Nonato e de Coronel José Dias, duas cidades que podem servir de base para os passeios – São Raimundo Nonato tem uma infraestrutura melhor para lhe receber.
Eu já expliquei isso em detalhes quando mostrei quais os melhores lugares para ficar na Serra da Capivara.
Tocas
Muitos sítios arqueológicos ganham o nome de “toca” porque, na verdade, são abrigos naturais que foram usados pelo homem pré-histórico. Nestas áreas, estão as gravuras e as pinturas rupestres e é onde se concentram as buscas arqueológicas.
Eu não consegui contar quantas plaquinhas de tocas vi pelas trilhas, pois elas estão por todos os lados. Então, não se sinta frustrado por não ter tempo de conhecer todas: você só precisa ver as principais para ter uma ideia da importância deste lugar.
As pinturas rupestres da Serra da Capivara são uma forma de expressão artística e cultural deixada por povos ancestrais que habitaram a região ao longo de milênios.
Elas são datadas de diferentes períodos pré-históricos e algumas foram feitas há 15.000 anos. Desenhadas em paredões rochosos e abrigos naturais, elas demonstram a evolução do pensamento simbólico e artístico das sociedades antigas.
As pinturas rupestres retratam uma grande variedade de temas, como figuras humanas, animais, cenas de caça, danças, lutas e outras atividades do cotidiano – você vai perceber isso durante seu roteiro para a Serra da Capivara. Além disso, também há representações geométricas e abstratas. Os estilos artísticos variam conforme a época e a cultura dos povos que as criaram.
Algumas áreas com pinturas rupestres podem ser visitadas por meio de trilhas e circuitos que foram organizados para que a gente possa apreciar essas obras de arte antigas com o acompanhamento de guias especializados.
Regras do Parque
Eu achei a infraestrutura do Parque Nacional Serra da Capivara excelente.
O acesso é super fácil, a partir de São Raimundo Nonato e de Coronel José Dias, com poucas estradas de terra e elas estão sempre bem-cuidadas e sinalizadas.
Não é permitido sair dos caminhos delimitados para as trilhas e, também, não é possível fazer os passeios dentro do Parque sem carro e sem guia, como já expliquei.
Não existe transporte público das cidades do entorno até as guaritas de entrada no Parque. Então, você precisará estar de carro, como eu explico abaixo. Isso tudo deve ser levado em consideração na hora de montar seu roteiro para a Serra da Capivara.
O órgão responsável pela gestão ambiental do Parque é o ICMBio, mas o Iphan também tem participação na preservação dos sítios arqueológicos. Tudo é feito com o apoio da Fumdham, fundação criada e coordenada pela respeitada arqueóloga Niède Guidon, pesquisadora que revelou ao mundo os tesouros da Serra da Capivara na década de 1970.
Roteiro para a Serra da Capivara
Eu montei este roteiro para que você tenha a possibilidade de viver experiências semelhantes às que eu eu vivi na Serra da Capivara. Nesta área, o foco é conhecer os sítios arqueológicos e tudo gira em torno disso.
Organizando bem os dias, dá para ver tudo de mais importante e, se puder, eu aconselho dar uma esticada até a Serra das Confusões para seu roteiro ficar completo.
Um roteiro de cinco dias inteiros na Serra da Capivara fica assim:
- Dia 1 – Museu do Homem Americano e Museu da Natureza
- Dia 2 – Circuito Desfiladeiro da Capivara
- Dia 3 – Boqueirão da Pedra Furada
- Dia 4 – Circuito Serra Branca
- Dia 5 – Serra das Confusões
Vale lembrar que eu não estou considerando o dia de chegada e de saída, pois imprevistos podem acontecer e é melhor não arriscar.
Dia 1 – Museus
Os dois principais museus da Serra da Capivara – o do Homem Americano e o da Natureza – são super importantes para você entender melhor a importância histórica, arqueológica e ambiental deste lugar.
Por isso, não é exagero destinar um dia do seu roteiro para a Serra da Capivara para conhece-los, e, de preferência, no primeiro dia. Assim, você já terá uma excelente introdução aos temas da Serra da Capivara e poderá visitar os lugares com uma visão mais aprofundada.
Museu do Homem Americano
O Museu do Homem Americano é uma instituição que nos leva a uma jornada fascinante pelo passado, revelando os vestígios e as histórias das civilizações antigas que habitaram essa região há milênios.
Com exibições impressionantes que incluem artefatos arqueológicos, pinturas rupestres e evidências da presença humana desde tempos imemoriais, o museu nos permite compreender a complexa teia de culturas que floresceu na Serra da Capivara.
Museu da Natureza
Por outro lado, o Museu da Natureza destaca a exuberante biodiversidade que coexiste com a rica herança cultural da região. A Serra da Capivara é um santuário natural que abriga uma variedade extraordinária de flora e fauna, muitas das quais são endêmicas e exclusivas deste local.
O museu nos convida a explorar os ecossistemas únicos e a compreender a importância da conservação ambiental, contribuindo para a conscientização sobre a necessidade de proteger essa joia da natureza.
Eu já expliquei como visitar os dois museus da Serra da Capivara.
Dia 2 – Circuito Desfiladeiro da Capivara
Nosso roteiro para a Serra da Capivara começa com o Circuito Desfiladeiro da Capivara tem seu lugar de importância na história do Parque Nacional Serra da Capivara. É que nele fica a primeira toca mostrada a Niède Guidon, em 1973, mas a arqueóloga já tinha tido contato com as pinturas rupestres da Serra da Capivara uma década antes.
“A primeira vez que eu vi as fotos das pinturas daqui foi em 1963. Naquela ocasião, eu trabalhava na USP, no Museu do Ipiranga, e eu organizei uma exposição sobre pinturas rupestres do Brasil, que só se conheciam as de Minas Gerais. E uma pessoa que foi visitar pediu para falar com o responsável, e me chamaram. Daí, ele me mostrou umas fotos e me disse: “Olha! Lá perto da minha cidade, no sul do Piauí, também tem esses desenhos de índios”, contou Niède Guidon em depoimento ao canal 360 Meridianos.
As fotos em questão teriam sido tiradas por um viajante, alguém que, mesmo sem saber exatamente do que se tratava, fez o registro do que viu e o fez chegar às mãos certas: Niède Guidon se tornaria a principal responsável pela proteção da Serra da Capivara e por todas as pesquisas feitas na região.
Mas, logo depois de receber a notícia da existência das pinturas no sertão do Piauí, a arqueóloga foi obrigada a sair do Brasil por causa do Golpe Militar de 1964.
No mapa abaixo, estão os lugares que visitei no Circuito Desfiladeiro da Capivara.
Toca do Paraguaio
A Toca do Paraguaio tem esse nome porque era muito usada por Chico Paraguaio, agricultor da região – esta era uma forma muito comum de nomear os sítios arqueológicos. Ela jamais pode ficar de fora do seu roteiro para a Serra da Capivara.
Ele tem cerca de 70 metros de comprimento e, nele, foram feitas duas escavações arqueológicas muito importantes – com a retirada de sedimentos que cobriam os vestígios milenares, que são a cultura material do homem pré-histórico –, em 1978 e em 2007.
Nas duas temporadas, foram encontrados vários materiais utilizados pelo homem pré-histórico, como cerâmicas, e esqueletos com idades superiores a 10.000 anos.
A gente consegue ver que a Toca tem duas áreas distintas, chamadas de Setor Baixo e Setor Alto.
No Setor Baixo, há figuras humanas, animais e cenas do cotidiano como dança, caça e – claro – sexo. Afinal, é assim que caminha a humidade. No Setor Alto é que foram feitas as escavações que encontraram sepulturas com dois esqueletos, um com idade de 8.670 anos e outra de 7.000. segunda, pinturas no arenito.
É interessante, também, entender que, quando o sítios foram mostrados para Niède Guidon, eles não estavam bem cuidados, bonitos como hoje podemos ver. A maioria tinha muita sujeira, muito cupim e casas da marimbondos. Alguns tinham sido danificados pelo desprendimento natural da rocha ou pelo ação da água, nos períodos mais úmidos.
Naquela época, não havia estradas e o acesso a algumas áreas era bastante difícil.
“Tínhamos de andar, às vezes, 50 quilômetros carregando tudo”, contou a pesquisadora em palestra no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.
Os moradores da região ajudavam indicando onde estavam as pinturas rupestres, mas, de fato, ninguém fazia ideia da importância dos desenhos.
“Meus pais e meus avós diziam para a gente não mexer, porque podia fazer mal. Era como se eles tivessem uma superstição que se a gente tocasse (nas pinturas rupestres) ficaria enfeitiçado ou algo de ruim pudesse acontecer. Então, de uma certa forma, isso ajudou a preservar as pinturas“, me contou Nestor Paes Landim Neto, o guia que me acompanhou na viagem.
Desde 1973, quando os primeiros sítios foram visitados, muita coisa melhorou, mas o caminho percorrido foi longo: em 1976, Niède Guidon apresentou o pedido de criação do Parque ao governador do Piauí. Em 1979, o Parque foi criado pelo então presidente, João Batista Figueiredo.
Mas as coisas só mudaram de fato na década de 1990, com a inclusão da Serra da Capivara na lista de Patrimônio da Humanidade da Unesco e com a mudança definitiva de Niède Guidon para São Raimundo Nonato.
Toca da Entrada do Pajaú
A Toca da Entrada do Pajaú tem o formato natural como o de uma cúpula de catedral e é impressionante chegar a este lugar e ver de perto pinturas que datam de 12.000 anos atrás. Sem dúvida, é um grande privilégio!
Como fica exposta à ação do vento e da chuva, assim como da variação de temperatura, que faz as rochas expandirem e retraírem, boa parte das pinturas se perdeu, mas o trabalho de preservação feito a partir da criação do Parque tem sido essencial para permitir que gerações futuras também tenham a possibilidade de contemplar essa maravilha.
A Toca tem uma identidade visual muito nítida, com pinturas que retratam cenas da vida cotidiana dos povos que habitavam esta região nos tempos pré-históricos. Todas são no estilo Serra da Capivara, que é considerado o mais antigo – existem dois estilos dentro da Tradição Nordeste: o Serra da Capivara e o Serra Branca, como descreve a arqueóloga Anne-Marie Pessis em seu livro Imagens da pré-história.
É muito interessante observar que os responsáveis por essas pinturas criaram padrões que foram seguidos e aprimorados milênios após milênios. Isso não é fantástico?
Todas as pinturas foram feitas com pigmento vermelho e com traços firmes, mas a principal característica do estilo Serra da Capivara é a retratação do movimento. Por isso, sempre vamos ver animais e pessoas em ação: basta bater os olhos nos desenhos que poderemos entender que algo estava acontecendo.
Na foto acima, por exemplo, é possível ver um animal maior com a cabeça voltada para trás e as patas dianteiras longe do chão. Isso pode ser interpretado como se ele estivesse fugindo de alguma coisa ou de alguém.
Toca do Inferno
A Toca do Inferno é uma gruta esculpida durante eras pelas águas de um rio que passava por entre as pedras, formando um cânion com um vale úmido e de vegetação bastante característica – tem até um microclima.
É muito curioso andar pelo chão de seixos – pedras arrendadas pela ação da água – e notar que lá no alto, no topo do cânion há uma camada grossa de seixos compactados na rocha. Assim, fica mais fácil entender como o processo geológico se deu no sertão do Piauí.
É uma caminhada leve, agradável e na sombra. Como era um lugar tomado pela água, não há pinturas rupestres na Toca do Inferno.
Toca do Barro
Na Toca do Barro, a cena do amontoado de seixos se repete, só que o mais interessante é que a maior parte das pinturas foi feita justamente nos seixos.
Uma coisa que o guia me contou, e que eu contei no meu Instagram, é que hoje restam poucos seixos pintados, já que muitos se desprenderam da parede por razões naturais e tantos outros foram tirados e levados por pessoas que passavam pela Toca do Barro sem saber o real valor dos desenhos.
Ao longo de séculos, visitantes foram destruindo pedaço a pedaço uma obra única da natureza que jamais se fará igual. Por isso, também, a entrada no parque só é permitida com o acompanhamento de guia que literalmente vigiam todos os nossos passos.
A Toca do Barro foi muito explorada durante o período da extração do látex da maniçoba, já que dela era tirada a argila usada pelos maniçobeiros.
Cerâmica da Serra da Capivara
Neste circuito, eu ainda visitei a Toca do Mangueiro, que tem pinturas e gravuras rupestres – para obrigatória de qualquer roteiro para a Serra da Capivara. Passei pela Casa da Trilha da Jurubeba, a construção mais recente da Trilha da Jurubeba.
Eu também estive na Casa Neco Coelho – ou o que restou dela –, um dos pioneiros da região da Serra da Capivara, dono de terras onde se extraía o látex da maniçoba e produzia cana-de-açúcar. A casa, que era grande e com um conforto pouco visto na região, tem seu valor histórico e arqueológico.
Eu também conheci a Toca da Boca do Sapo e a Toca da Invenção.
Dia 3 – Boqueirão da Pedra Furada
Sítio do Mocó
O Sítio do Mocó é um pequeno distrito de Coronel José Dias, onde está um dos principais acessos ao Parque Nacional Serra da Capivara.
A história do Sítio do Mocó está ligada à chegada de extratores de látex da maniçoba, principalmente ao senhor Antônio Pereira, no início do século 20. Contam no vilarejo que, além de ser um ótimo atirador, seu Antônio fazia churrasquinho de mocó e, por isso, acabou sendo chamado de “Antônio Mocó”, influenciando o nome do povoado.
A região era inicialmente um local isolado, atraindo apenas quem tinha interesses específicos, mas, na década de 1970, com a chegada da arqueóloga Niède Guidon e sua equipe, o Sítio do Mocó passou por transformações significativas.
Projetos sociais foram implementados para melhorar a qualidade de vida dos moradores, incluindo acesso à água potável, educação e geração de empregos. Foram estabelecidos núcleos de apoio com postos de saúde, hortas comunitárias e escolas que ofereciam ensino formal e diversos cursos, como conta a jornalista Sylvia Leite em seu blog Lugares de Memória.
A preservação da arte rupestre foi um ponto importante para a comunidade, que já possuía um certo entendimento sobre a necessidade de proteger esses registros pré-históricos – que eram chamado por eles de “desenho de índio”. A ação de Niède Guidon e sua equipe resultou na proteção e preservação dos sítios arqueológicos na região, evitando a degradação natural e a ação de forasteiros.
Atualmente, o Sítio do Mocó é uma comunidade turística com pousadas e restaurantes, atraindo visitantes principalmente após a inauguração do Museus da Natureza, que fica a pouco mais de 3,5 quilômetros do distrito.
Não deixe de conhecer a pequena igreja, que fica na praça do vilarejo onde também está uma estátua gigante do mocó.
O mocó é um mamífero roedor que habita áreas de Caatinga e Cerrado da Região Nordeste do Brasil, especialmente nos estados da Bahia, Pernambuco e Piauí. É também chamado popularmente por diversos nomes regionais, como mocotó, moco e preá-da-caatinga.
A aparência do mocó se assemelha à de um porquinho-da-índia, com corpo robusto e pelagem densa de coloração acinzentada a marrom. Eles têm olhos grandes e orelhas curtas, e sua cauda é praticamente ausente ou muito curta.
São animais herbívoros que se alimentam principalmente de plantas, raízes e frutos. Eles têm hábitos diurnos e vivem em grupos sociais, o que facilita a comunicação e a proteção coletiva contra predadores. São ágeis e possuem uma ótima habilidade de saltar e escalar rochas, o que é crucial para sua sobrevivência nas áreas rochosas onde habitam.
O mocó tem grande importância ecológica, pois participa na dispersão de sementes, auxiliando na regeneração da vegetação. No entanto, como muitos animais selvagens, enfrenta ameaças como perda de habitat devido à expansão agrícola, caça ilegal e a presença de predadores introduzidos em seu ecossistema.
Além de seu papel ecológico, o mocó também é parte da cultura e do folclore de certas regiões do Brasil, sendo mencionado em lendas e histórias populares, e até mesmo como nome de alguns lugares, como o Sítio do Mocó.
No mapa abaixo, você pode ver os lugares que visitei no Circuito Boqueirão da Pedra Furada.
Boqueirão da Pedra Furada
O Boqueirão da Pedra Furada pode ser considerado o principal circuito do Parque Nacional da Serra da Capivara: foi nele que começaram as pesquisas arqueológicas que comprovaram a presença do homem pré-histórico no continente americano. Portanto, pense em deixá-lo de fora do seu roteiro para a Serra da Capivara.
“Existem no Parque, sítios arqueológicos de grande beleza paisagística e grande valor arqueológico, entre os quais o Boqueirão da Pedra Furada. Escavado durante a década de 1980, este sítio forneceu evidências da antiguidade da presença humana nas Américas. Permitiu comprovar que a região foi habitada, de forma ininterrupta, há pelo menos 50 mil anos. A presença humana pré-histórica neste sítio perdura até a chegada dos colonizadores à região, processo que se inicia tardiamente com a implantação do sistema Republicano no Brasil”, é o explica a arqueóloga Anne-Marie Pessis em seu livro Imagens da pré-história.
A guarita de entrada para esta parte do Parque fica a apenas sete quilômetros da BR-020, passando por Coronel José Dias e pelo distrito do Sítio do Mocó. Nesta área funciona o Centro de Visitantes, quem tem lanchonete, lojinha e banheiros.
O acesso é super fácil: a estrada de terra está em boas condições, a maioria das trilhas estão bem delimitas e algumas são adaptadas para cadeirantes – existem pelo menos sete trilhas parcialmente acessíveis para pessoas com deficiência.
É neste circuito que fica a famosa Pedra Furada, monumento natural que na geologia é chamado de Arco do Triunfo da Pedra Furada. Esse imenso paredão parece obra da engenharia, mas na verdade é resultado da ação do vento, da água e do tempo. Um presente da natureza para todos nós!
O Circuito é um dos poucos que pode ser visitado à noite, mas é preciso fazer o agendamento com antecedência – seu guia poderá lhe ajudar com isso. É deste circuito que chegamos ao Alto da Pedra Furada, um mirante natural que tem uma das vistas mais lindas de toda a Serra da Capivara.
Há, pelo menos 14 sítios mapeados neste circuito, mas é claro que não dá para visitar todos em uma viagem. Então, não fique preocupado com a quantidade de lugares que vai conhecer, mas em aproveitar cada minuto do seu tempo em cada lugar.
Veja alguns lugares que você não pode deixar de conhecer.
Toca do Boqueirão da Pedra Furada
A Toca do Boqueirão da Pedra Furada foi descoberta em 1973 e é uma das mais importantes para a arqueologia. Nela, diferentes grupos humanos pré-históricos viveram e deixaram suas pinturas no paredão de 70 metros, criando um registro cultural que percorre pelo menos 29 mil anos de história.
Os achados arqueológicos dessa toca foram tantos e o processo de datação tão bem sucedido que foi possível detectar a presença humana mais antiga das Américas, exigindo que todas as teorias sobre a chegada do homem ao continente fossem revistas – como a do Estreito de Bering
As pinturas se estendem pelo paredão até uma altura de oito metros e são super diversas, tanto no que mostram como na maneira como foram feitas e organizadas. Imagine um grande quebra-cabeça artístico, onde as peças são diferentes obras feitas por pessoas de épocas e grupos diferentes.
Essas pinturas formam uma espécie de resumo visual do passado antigo da região da Serra da Capivara.
Algumas pinturas são tão objetivas que dá para reconhecer o que são de imediato, como se fossem fotos de coisas da vida real – como o famoso beijo. Mas outras são mais abstratas, como formas ou símbolos que não conseguimos identificar facilmente.
Tudo isso está misturado: histórias mitológicas, símbolos importantes e coisas que representam crenças e eventos cotidianos. É como se fosse uma grande mistura de memórias visuais que se espalham ao longo do tempo.
Na Toca do Boqueirão da Pedra Furada fique atendo para ver figuras super emblemáticas, como os dois veados que são o símbolo do Parque, a do caranguejo, que é uma espécie do período mais úmido, e cenas de sexo, que se repetirão em outras tocas.
A Toca do Boqueirão da Pedra Furada fica a cerca de um quilômetro da guarita de entrada, mas dá para ir de carro até o estacionamento do Centro de Visitantes, que fica a cerca 300 metros da toca. A caminhada é super tranquila, todo o percurso sem acessível para cadeirantes, embora existam alguns degraus na rampa.
Alto da Pedra Furada
Há alguns mirantes naturais com paisagens incríveis na Serra da Capivara, mas o mais tradicional é o Alto da Pedra Furada e eu fiz questão de colocá-lo no meu roteiro para a Serra da Capivara.
A gente sobe até uma altura de 500 metros em uma trilha de nível médio – a subida cansa em alguns trechos – até ter uma visão ampla do cânion de arenito que emoldura a Pedra Furada, que do alto fica até pequena.
A paisagem é linda não apenas por causa da Pedra Furada, mas todo o conjunto deixa a caminhada mais interessante: a vegetação no todo do morro já se assemelha à do Cerrado e a proximidade com rochas gigantescas parece ser a recompensa de cada passo.
Além do Alto da Pedra Furada, você pode conhecer os mirantes Vista Panorâmica da Pedra Furada, Serrinha, Olho d’água da Serra Branca, Toca do Conflito, Mirante da BR-020, mas eu já aviso para preparar as pernas.
Pedra Furada
A Pedra Furada é uma das formações rochosas mais emblemáticas e icônicas da Serra da Capivara. Ela é reconhecida mundialmente por causa de sua formação natural e pelas atividades arqueológicas ao seu redor, que revelaram a presença humana milenar na região.
É uma grande rocha composta principalmente de arenito, com uma abertura natural em forma de arco – dando a impressão de ter um “buraco” na pedra. Esse buraco tem cerca de 30 metros de altura e sete metros de largura.
O buraco é resultado de processos naturais de erosão e desgaste ao longo de milhares de anos: a ação do vento, da chuva e de outros elementos climáticos desgastaram a rocha de maneira desigual, criando esse arco naturalmente esculpido – é realmente incrível!
Além de seu encanto estético, a Pedra Furada tem grande significado arqueológico, pois faz parte de uma região cheia de pinturas rupestres e vestígios de ocupação humana que remontam a milhares de anos, como já expliquei.
As pinturas rupestres encontradas nas proximidades da Pedra Furada forneceram valiosas evidências da presença de povos pré-históricos e suas práticas culturais.
A Pedra Furada é uma das atrações mais visitadas dentro do Parque Nacional Serra da Capivara. Não há quem não se sinta atraído pela beleza natural da formação rochosa e pela riqueza histórica e arqueológica da área. Há trilhas e passeios guiados que levam os visitantes a essa e outras formações rochosas na região.
Em julho, a Pedra Furada vira o principal palco do festival Ópera da Serra da Capivara. O evento principal acontece sempre no último final de semana do mês, mas há atividades durante toda a semana. Vale muito a pena se organizar para assistir às apresentações.
Toca do Sítio do Meio
A Toca do Sítio do Meio é um dos sítios arqueológicos mais importantes do mundo. Ela foi descoberta em 1973, mas a utilização deste abrigo pelo homem já acontecia há pelo menos 20 mil anos.
Ela fica numa área conhecida como Serra Talhada e tem um painel incrível com pinturas e gravuras rupestres com um viés narrativa bastante expressivo, que representa animais – provavelmente veados – e seres humanos em diferentes planos. Olhando com atenção, dá para ver que as figuras estão dispostas de forma a representar profundidade, algo simplesmente incrível para a época.
Cinco anos depois de ter sido oficialmente descoberta, escavações feitas na área de frente para as pinturas foram capazes de identificar e datar restos de pigmento vermelho utilizado nas pinturas. Os testes de datação das amostras de ocre revelaram resultados de 12.200 e 13.900 anos atrás.
Com isso, o sítio ganhou ainda mais importância e, também, a atenção de pesquisadores mundo afora.
Então, em 1980, uma segunda escavação foi feita na parte oposta da anterior. Para a alegria dos pesquisadores, amostras de carvão retiradas de antigas fogueiras forneceram as seguintes datas: 12.440 e 14.300 anos.
Era mais uma grande prova de que tudo o que se pensava sobre a presença do homem nas Américas poderia ser diferente – imagina que bomba para o mundo da arqueologia e da antropologia, né?
A partir de 1991, muitos vestígios pré-históricos foram encontrados, incluindo ferramentas de pedra lascada, resquícios de pigmento vermelho e ossos de animais, sugerindo uma dieta baseada na caça.
Em uma fogueira, que fica em uma área protegida que os arqueólogos chamam de testemunho, foram encontradas contas de um colar feito de grãos perfurados. Atualmente, elas estão em exposição no Museu do Homem Americano.
Nesta mesma fogueira, fragmentos de cerâmica datados de 8.960 anos atrás foram descobertos. Ela é, simplesmente, a cerâmica mais antiga das Américas.
Além disso, uma machadinha de pedra polida de 9.200 anos também foi encontrada, se tornando a evidência mais antiga de polimento de pedra nas Américas.
É por tudo isso que a Toca do Sítio do Meio é considerado um dos mais importantes para a arqueologia mundial, mas há um detalhes que certamente você vai perceber ao visitá-lo: o mesmo abrigo que acolheu o homem pré-histórico serviu de refúgio para o homem moderno, que construiu em sua base um forno de torrar farinha, mantido no mesmo lugar até hoje.
Dia 4 – Serra Branca
Os sítios arqueológicos do Circuito Serra Branca estão sendo estudados desde a década de 1970, mas só em 2009 foram abertos para visitação. É que esta região do Parque já fica um pouco mais longe das cidades base – São Raimundo Nonato e Coronel José Dias – o acesso era bem ruim e, até então, só entravam carros com tração nas quatro rodas.
Hoje, existem três guaritas de entrada para o Circuito Serra Branca, mas apenas uma é para veículos convencionais. Por ela, é tranquilo chegar e se locomover de uma toca para a outra, sempre com o acompanhamento de um guia, mas é bom saber que são 33 quilômetros de estrada de São Raimundo Nonato até a guarita.
Vale muito a pena incluir o Circuito Serra Branca no roteiro para a Serra da Capivara.
São mais de 150 sítios já descobertos, mas a gente só consegue visitar 16 – eu estive apenas nos que estão marcados no mapa acima – porque os outros são restritos a pesquisadores.
O mais curioso dessa parte do Parque é ver como os abrigos foram habitados ao longe de milênios por diferente civilizações, inclusive até poucos anos atrás, pelos maniçobeiros, que viviam da extração do látex: eu vou contar um pouco do que vi e do que você vai encontrar.
Os maniçobeiros são trabalhadores que viviam da extração do látex da maniçoba, planta nativa da Caatinga e que não tem nada a ver com a mandioca – ou maniva. No Sudoeste do Piauí, além dos trabalhadores locais, centenas de famílias de estados vizinhos, como Ceará e Pernambuco, foram atraídos pela demanda do mercado internacional pela matéria-prima da borracha e se estabeleceram em terras consideradas de uso comum para trabalhar no extrativismo da maniçoba.
O extrativismo da maniçoba no Piauí teve duas fases de maior expressão ao longo de sua história, segundo Oliveira e Landim. A primeira aconteceu no final do século 19 até as duas primeiras décadas do século 20. A segunda teve início a partir de 1940, quando os japoneses dominaram os mercados asiáticos devido à Segunda Guerra Mundial. A região da Serra Branca foi um dos locais de maior concentração de maniçobeiros nos arredores do Parque.
Toca do Juazeiro
A Toca do Juazeiro fica pertinho do Olho d’água, uma nascente perene de água e, talvez por isso, tenha sido habitada durante tanto tempo: água é sempre um bem precioso.
Mas há um fato muito importante que nos faz entender porque o homem viveu até há poucas décadas nesta mesma região.
É que no começo do século passado – eu estou falando do início das décadas de 1900 e 1940 – o Piauí foi um grande produtor de látex da maniçoba, uma planta típica da Caatinga, mas que também era plantada nas fazendas.
Nestas terras, que hoje fazem parte do Parque e de seu entorno, nativos e migrantes encontravam renda e uma chance de prosperar: naquela época, a indústria estava aquecida e a borracha – produto final do látex – estava em alta no mercado mundial.
Atraídas de várias partes do Brasil, muitas famílias acabaram habitando os mesmos lugares que o homem pré-histórico. Esse é o caso da Toca do Juazeiro da Serra Branca e é incrível perceber isso.
Segundo levantamento feito por Henry Sullasi e sua equipe, a casa tem “dois cômodos (sala e quarto). O formato da toca possibilitou que fosse construída apenas uma parede frontal para se ter uma moradia. O sítio conta ainda com um depósito, posicionado também dentro de uma toca, mais de menor dimensão“.
Há apenas um registro fotográfico da última família que viveu no abrigo até a década de 1970, quando o Piauí já tinha perdido a riqueza do látex para as seringueiras da Região Norte.
Toca do João Sabino
Neste lugar morava a família de seu João Sabino. Maniçobeiro, ele cumpria todos os anos o ritual de festejar uma novena para São João, promessa feita por sua mãe.
No tempo que viveu no abrigo da Serra da Capivara, os dias 15 a 23 de junho eram os mais esperados do ano, já que havia muita reza, mas também muita festa. Segundo me contou o guia Nestor Paes Landim, pessoas de vários povoados da região vinham para ficar todos os dias de festejo nos arredores do abrigo esperando pelo último dia, quando uma parte do terreno – que ainda hoje podemos ver – se transformava em palco para dança do forró. A festa só terminava com raiar do dia.
A casa, construída em um abrigo pré-histórico, tem pareces feitas de barro com argila, e cômodos como quartos e cozinha e já chegou a acomodar 20 pessoas no período áureo da maniçoba.
“O sítio possui duas estruturas de moradia além de um forno de farinha e fogões a lenha. Todas as moradias utilizam o suporte rochoso como parte da estrutura, especificamente, as paredes de fundo e o teto. O suporte rochoso é inclinado, mas pouco profundo, portanto, expõe as estruturas aos efeitos da água das chuvas que tanto incidi diretamente na estrutura, quanto escorre pelo paredão“, detalha o professor Henry Sullasi.
Longe dos grandes centros urbanos, cercado pela natureza desafiadora paisagem da Caatinga, a casa tem ainda um pequeno espaço esculpido na pedra que revela um pouco mais dos hábitos da família de Seu João Sabino: o rádio a pilha era a conexão diária que os maniçobeiros tinham com o que acontecia além dessas terras.
Além da Toca do Juazeiro e da Toca do João Sabino, também foram identificados outros três sítios construídos por maniçobeiros: Toca do Marco, Casa do Alexandre e Toca do Mulungu I.
Toca da Extrema II
A Toca da Extrema II foi descoberta em 1973, no vale da Serra Branca. O nome, segundo o guia, foi dado porque ela fica em uma extremidade, na divisa com outros municípios, e há um motivo especial para ela estrar no seu roteiro para a Serra da Capivara.
A Toca da Extrema II é a preferida de Niède Guidon no Circuito Serra Branca, porque ela tem uma grande representatividade de figuras de todos os estilos, de todas as tradições, com destaque para as pinturas no estilo Serra Branca, considerado mais elaborado.
Quando chegaram ao abrigo, os pesquisadores encontraram quatro grandes blocos de pedra que tinham se desprendido do teto. Os lados que estavam para cima, tinham dezenas de pinturas, mas elas estavam cobertas por uma camada de sujeira e boa parte dos grafismos estava danificada.
Com o avanço das pesquisas, foi possível entender que os blocos, na verdade, eram usados como mesa – ou outro suporte semelhante – para caçadores modernos secarem as carnes com sal: a ação do sal, a acidez e a umidade das carnes sobre as pinturas foram determinantes para causar estragos significativos.
Em outro conjunto de blocos, também avaliados pelos pesquisadores, foi identificado que as pinturas estavam voltadas para o chão. Então, foi preciso levá-los para o Museu do Homem Americano para serem limpos.
Mais tarde, os blocos foram serrados e devolvidos à Toca da Extrema II, sendo dispostos no chão, mas eu não acredito que esta tenha sido uma boa ideia, pois hoje as pinturas estão cobertas por fezes e urina de mocó e muitas já são quase imperceptíveis.
As pinturas rupestres estão por todos os lados da toca, inclusive em uma parte do teto. São figuras humanas e de animais em vários tamanhos, sempre preenchidos por por pinturas ou por desenhos geométricos.
Entre as cenas retratadas pelo home pré-histórico, está a árvores rodeada por pessoas que parecem venerá-la – lembrando que os desenhos dão margem para várias interpretações.
No Aeroporto de São Raimundo Nonato há um painel com a representação da figura da árvore.
Em uma das muitas escavações feitas no sítio, foi encontrada uma flauta de mais de 1.420 anos atrás, que hoje está exposta no Museu do Homem Americano.
Toca do Pinga do Boi
A Toca do Pinga do Boi tem esse nome por causa de um olho d’água que gotejava pela rocha, mas ele já não existe mais. As pinturas estão espalhadas por um paredão com 50 metros de comprimento, a maioria no estilo Serra Branca, que já tem intervenções a fim de preservar as pinturas da erosão.
São muitas as pinturas que, em vários casos se sobrepõem.
Tem umas cenas muito interessantes, com representações humanas do dia a dia e, novamente, do ato sexual, mas desta vez é uma suruba. Aliás, é comum ver a representação de dois homens juntos – não necessariamente em ato sexual –, mas duas mulheres ou grupos de mulheres não são vistos. Nem aqui, nem em outras tocas.
Cenas com mulheres grávidas já são mais comuns.
Outra figura clássica desta toca é a de um homem levantando um veado – imagem que não existe em nenhum outro abrigo da Serra da Capivara.
Toca do Veado
A Toca do Veado é um paredão de 20 metros com figuras enormes – pelo menos foram as maiores que vi em todo o meu roteiro para a Serra da Capivara.
Tem um veado com 1,90 metro de comprimento, outro com um metro, e um terceiro, mais acima, com 1,60 metro, como registra a publicação do Fumdham. Ao lado dessas grandes animais, aparecem pequenas figuras humanas.
O sítio já tem uma clara intervenção humana no sentido de protegê-lo da chuva e do vento, já que é um painel único na região de onde ainda se espera produzir muitos estudos como tantos outros que ainda são conduzidos pela Fundação e seus parceiros.
Toca do Sobradinho
A Toca do Sobradinho fica em um aparte mais alta e tem um visual panorâmico com cenas bem interessantes.
O paredão cheio de desenhos, tnos prende a atenção por alguns minutos, e mais uma vez é incrível ver como elas eram, também, representação de atividades cotidianas, que ficaram eternizadas em nestes traços.
Em uma das figuras, um homem joga um dardo para atingir um animal, em uma nítida cena de caça. Em outra, um ato sexual bem diferente dos demais vistos em outras tocas.
“Aqui tu vê uma cena muito interessante, o homem está deitado e a mulher como se estive sentando sobre ele. Normalmente, a representação do ato sexual é vista com o homem pegando a mulher por trás“, contou Nestor.
Eu também visita a Toca do Giordano e a Toca do João Arsena.
Dia 5 – Serra das Confusões
Eu fiz este roteiro para a Serra da Capivara destinando apenas um dia para conhecer a Serra das Confusões.
Se você não quiser fazer a viagem até o Parque Nacional Serra da Confusões, você pode permanecer nos arredores de São Raimundo Nonato para conhecer a região da Serra Vermelha e do Baixão das Andorinhas, ou ainda os outros circuitos, como o do Varedão, do Congo e do Angical.
Porém, há duas coisas que você deve ponderar e que poderão lhe induzir a pegar a estrada até a Serra das Confusões.
A primeira delas é que você já estará perto o suficiente para esticar a viagem: a principal cidade base para visitar o Parque Nacional Serra das Confusões é Caracol, que fica a 90 quilômetros de São Raimundo Nonato e a 120 de Coronel José Dias.
Mesmo com pouco tempo, você terá a chance de conhecer um pouco da Serra das Confusões.
A segunda questão que pode pesar na hora de decidir se coloca ou não a Serra das Confusões no seu roteiro para a Serra da Capivara é que ele o maior Parque do Nordeste, com a maior área de Caatinga protegida de todo o Brasil, onde centenas de sítios arqueológicos já foram identificados.
O Parque Nacional Serra das Confusões é gigante. Só para você ter uma ideia ele é seis vezes maior do que a área do Parque Nacional Serra da Capivara, e protege 823.854,54 hectares de Caatinga, equivalente a três vezes o tamanho da cidade de São Paulo.
Com estas dimensões, o Parque é o maior de todo o nordeste brasileiro. Só que, como se trata de uma Unidade de Conservação de uso restrito, não é possível visitar todo o parque. Mas sua diversidade é tão grande que deixa qualquer um bem impressionado, mesmo quem fizer apenas pequenas caminhadas de um dia.
Localizado em uma região conhecida como Serra Vermelha, no sertão do Piauí, o Parque ganhou esse nome porque suas montanhas refletem várias
cores, deixando confuso quem as vê de longe. Neste cenário, vivem animais como tamanduá-bandeira, onça-parda e onça-pintada, além do maior morcego das Américas, da espécie Vampyrum spectrum, cujas asas podem chegar a um metro de envergadura.
O Parque Nacional Serra das Confusões, assim como a Serra da Capivara, também é um importante sítio arqueológico, onde já foram encontrados vestígios de como viveram os primeiros grupos de humanos das Américas, além de fósseis de animais pré-históricos.
Até pouco tempo, o acesso ao Parque só podia ser feito com veículo 4×4, já que a estrada era de areia e com muitos desníveis. Hoje, já é possível visitar uma parte com carros convencionais, mas ainda é preciso estar acompanhado de um guia local, autorizado pelo ICMBio, órgão responsável pela administração do Parque.
Como o parque é gigante, você pode focar em algumas atrações imperdíveis, como:
- Trilha Cores da Caatinga: uma caminhada pela Caatinga e sobre as formações rochosas, que são características da região, permite ter uma vista panorâmica do Parque.
- Trilha Gruta do Riacho dos Bois: percurso cheio de paredões, cânions, cavernas e serras, um cenário natural que exige um pouco mais de esforço físico.
- Sítios Arqueológicos: os principais achados arqueológicos disponíveis para visitação estão concentrados nas áreas conhecidas como Alto do Capim, Toca do Enoque e Moquém.
As trilhas são bem rústicas e a interferência humana no Parque ainda é mínima. Leve sua garrafa de água, protetor solar e uma lanterna para entrar nas cavernas.
Um dia na Serra das Confusões
Depois de passar alguns dias vendo as maravilhas da Serra da Capivara, eu fui conhecer a Serra das Confusões.
Eu fiz um bate-volta saindo de São Raimundo Nonato e voltando no mesmo dia. Foi uma viagem tranquila, sem pressa e não senti muito cansaço, mas eu preciso dizer que há bastante caminhada com subidas e descidas – isso exige preparo físico – e, dependendo da época, o calor pode ser seu pior companheiro.
Eu quero destacar essa parte porque, na Serra da Capivara, a gente anda muito pouco, já que o carro chega bem perto da maioria das atrações. Já na Serra das confusões isso não acontece.
Eu fiz a Trilha Cores da Caatinga, o Mirante Janelas da Caating e a Gruta Riacho dos Bois e gostei bastante, especialmente porque não sou acostumado com a paisagem da Caatinga.
Eu compartilhei os detalhes do meu dia na Serra da Confusão nos stories do Instagram. Dê uma olhada lá para tirar suas dúvidas!
Roteiro para a Serra da Capivara
Com todas estas informações, você já consegue montar um super roteiro para a Serra da Capivara.
Eu tentei explicar tudo da melhor forma, porque este é um lugar tão especial para a História e para a Arqueologia mundial que não podemos simplesmente não considerar tanta coisa. E o mais legal é que esse paraíso fica no nosso país – isso me enche de orgulho.
Eu já publiquei outros textos sobre a Serra da Capivara e você pode ler todos eles para planejar uma viagem perfeita, assim como a minha foi. Agora, você pode ver algumas dicas práticas para organizar melhor seu roteiro para a Serra da Capivara.
Como chegar
A cidade de São Raimundo Nonato é geralmente utilizada como ponto de partida para explorar a Serra da Capivara.
Ela tem uma infraestrutura básica, com comércio local, serviços essenciais e uma atmosfera tranquila. Mas, antes de partir, é preciso se planejar. Decidir como chegar à Serra da Capivara com antecedência vai fazer sua viagem ser muito mais rápida, segura e prática.
Eu já expliquei como chegar à Serra da Capivara: de carro, de ônibus e de avião – com dicas importantes muito importantes para salvar sua viagem.
Quando ir
Eu também já expliquei detalhadamente quando ir à Serra da Capivara e quais as melhores e piores épocas – com dicas mês a mês.
Mas, se você precisa de algo rápido, eu posso adiantar que a estação seca vai de maio a setembro e é considerada uma das melhores épocas para ir à a Serra da Capivara.
Já a estação chuvosa vai de outubro a abril e é caracterizada pelo céu encoberto e pelas chuvas mais frequentes e intensas.
Onde ficar
É muito importante encontrar a uma boa hospedagem, porque a escolha de onde ficar na Serra da Capivara vai influenciar significativamente em sua experiência da viagem – isso vai ajudar muito na hora de montar seu roteiro para a Serra da Capivara.
Como já comentei, a principal cidade da região da Serra da Capivara é São Raimundo Nonato, que tem cerca de 33 mil habitantes. É nela que fica o Aeroporto Serra da Capivara (NSR), a maioria dos hotéis e das pousadas, além de todos aqueles serviços que a gente precisa: bancos, mercados, farmácias, padarias e tudo mais.
Para ter acesso fácil a tudo isso, ficar no Centro pode ser uma boa ideia, mas lembre-se que durante o dia ele é bastante movimentado, ficando mais deserto à noite – isso não quer dizer que seja perigoso.
A segunda opção, é Coronel José Dias, que era um distrito de São Raimundo Nonato, mas hoje é uma cidade bem pequena, com menos de 5.000 habitantes. Você deve imaginar que a infraestrutura da cidade é simples e não há muito o que fazer além das visitas ao Parque.
Para quem prefere outras alternativas – para ter uma viagem ainda mais imersiva na paisagem da Caatinga – há excelentes opções em áreas um pouco mais afastadas, como na região do Baixão das Andorinhas e no distrito de Jurubeba, por exemplo.
Eu também já expliquei detalhadamente onde ficar na Serra da Capivara.
Onde ficar na Serra da Capivara
Como já comentei, a principal cidade da região da Serra da Capivara é São Raimundo Nonato, que tem cerca de 33 mil habitantes. É nela que fica o Aeroporto Serra da Capivara (NSR), a maioria dos hotéis e das pousadas, além de todos aqueles serviços que a gente precisa: bancos, mercados, farmácias, padarias e tudo mais.
Para ter acesso fácil a tudo isso, ficar no Centro pode ser uma boa ideia, mas lembre-se que durante o dia ele é bastante movimentado, ficando mais deserto à noite – isso não quer dizer que seja perigoso.
A segunda opção, é Coronel José Dias, que era um distrito de São Raimundo Nonato, mas hoje é uma cidade bem pequena, com menos de 5.000 habitantes. Você deve imaginar que a infraestrutura da cidade é simples e não há muito o que fazer além das visitas ao Parque.
Para quem prefere outras alternativas – para ter uma viagem ainda mais imersiva na paisagem da Caatinga – há excelentes opções em áreas um pouco mais afastadas, como na região do Baixão das Andorinhas e no distrito de Jurubeba, por exemplo.
Uma coisa que você vai notar é que, infelizmente, há poucas pousadas e hotéis nos sites de hospedagem que mais usamos – eu sempre prefiro o Booking.com por uma questão de confiabilidade. Eu vou listar algumas dessas opções para você decidir onde ficar na Serra da Capivara.
Pousada Zabelê
A Pousada Zabelê fica no Centro de São Raimundo Nonato, de frente para uma praça que tem lanchonetes, restaurantes e tudo mais. Ela tem uma das melhores estruturas da cidade e o atendimento é super bem comentado.
Os quartos são básicos, mas confortáveis e com um tamanho bom. Os banheiros e as áreas comuns estão sempre limpas, roupas de cama e de banho cheirosa e café da manhã gostoso. É uma das opções mais práticas para ficar na Serra da Capivara.
Real Hotel Empreendimentos
O Real Hotel Empreendimentos também fica no Centro, na rua da Praça do Abrigo, um bom ponto de referência da cidade, onde há vários comércios. O hotel não é grande nem luxuoso – nada em São Raimundo é luxuoso porque o estilo da cidade é outro.
Neste caso, simplicidade também pode ser sinônimo de conforto – e de economia. Então, vale a pena dar uma conferida na estrutura e nos preços. A limpeza, o atendimento e o café da manhã são muito elogiados e isso é bom começo.
Pousada Asa Delta
A Pousada Asa Delta fica na estrada que vai para o Sítio Mocó, onde está a principal entrada do Parque Nacional Serra da Capivara, a cerca um quilômetro do Centro e do Museu do Homem Americano.
Ela tem uma estrutura muito boa, com estacionamento grande, restaurante e quartos que cabem a família toda – alguns quartos acomodam até cinco pessoas. O atendimento é ótimo, o café da manhã é super farto e o preço é justo.
Mega Express Hotel
O Mega Express Hotel fica na região central de São Raimundo Nonato, e tem quartos single ou duplo. Todos com ar-condicionado, equipados com tevê full HD 32 polegadas, linha telefônica, frigobar e acesso a internet grátis.
O hotel é excelente e há duas unidades dele na cidade: um fica na Praça Major Toinho, no Centro, e o outro na Rua Capitao Milanez. A locomoção para outras partes da cidade é rápida e tranquila, já que São Raimundo Nonato é pequena. Até a data de publicação desse post o hotel não servia café da manhã.
EcoRupestre Hostel & Receptivo
Se você está em busca de uma estadia econômica que ainda o leve a mergulhar na rica natureza da Serra da Capivara, o EcoRupestre Hostel é uma escolha que vale a pena explorar. Localizado estrategicamente no coração da cidade, oferece uma experiência autêntica para aqueles que desejam ficar na Serra da Capivara.
Além disso, o café da manhã oferecido é uma deliciosa jornada gastronômica, com opções frescas e saborosas que celebram a culinária local. Como um hóspede compartilhou: “Ficar na Serra da Capivara é uma oportunidade única para se conectar com a natureza e desfrutar da tranquilidade deste lugar incrível”, declarou.
Pousada Paraíso da Serra
A Pousada Paraíso da Serra é uma escolha com excelente custo-benefício. Ela fica em uma área tranquila e serena, e proporciona uma experiência de hospedagem acolhedora e memorável para quem desejam ficar na Serra da Capivara, em uma localização conveniente – você estará a poucos minutos das principais atrações da região.
A estrutura da pousada é simples e aconchegante: a sensação é que a gente está passando uma temporada na casa de um parente do interior. E agente sabe como tudo é feito com carinho para nos agradar, certo? O que torna a pousada especial é o serviço atencioso que os hóspedes podem esperar. Além disso, o café da manhã oferecido é uma verdadeira celebração da gastronomia local.
Rupestre Eco Lodge
O Rupestre Eco Lodge fica na região do Baixão das Andorinhas é um dos lugares mais fantásticos que eu poderia escolher para ficar na Serra da Capivara – sim, eu fiquei aqui. Primeiro, porque fica em uma área mais afastada do Centro, cercada pela Caatinga, onde a paz reina majestosamente – e isso é maravilhoso.
As suítes são espaçosas, bem decoradas, limpas e muito confortáveis. Tem frigobar, chuveiro quente, rede, cama de solteiro extra e o café da manhã e o jantar são muito bons. A pousada pertence ao fotógrafo André Pessoa, que dedicou sua profissão a registrar os animais da Serra da Capivara.
Casa Serra da capivara
A Casa Serra da Capivara fica em Coronel José Dias é um refúgio tranquilo imerso na beleza natural da região. Com quartos espaçosos e áreas externas relaxantes, esta acomodação oferece um ambiente acolhedor para relaxar após um dia de exploração na Serra da Capivara.
São 140 metros quadrados, com dois quartos que acomodam até cinco pessoas com conforto. A Casa ainda tem terraço, jardim e estacionamento privativo gratuito, ar-condicionado em dois quartos separados, sala de estar com tevê de tela plana, cozinha totalmente equipada com geladeira e fogão e dois banheiros.
Casa Barreirinho
A Casa Barreirinho é um refúgio encantador na deslumbrante Serra da Capivara. Com sua atmosfera acolhedora, a casa oferece quartos confortáveis e espaçosos, perfeitos para relaxar após um dia de exploração.
Sua localização estratégica permite fácil acesso às atrações locais, como o Sítio do Mocó e o Museu da Natureza. Se você busca uma estadia que combina charme e conforto na Serra da Capivara, a Casa Barreirinho é uma escolha que promete uma experiência memorável. É um excelente lugar para ficar na Serra da Capivara.
Albergue Serra da Capivara
O Albergue Serra da Capivara é a opção mais tradicional na Serra da Capivara. Isso porque, quando tudo ainda era mato – isso foi uma brincadeira – o albergue já recebia pesquisadores e viajantes de todo o mundo. São .
Hoje, ele se chama Pousada da Cerâmica Serra da Capivara e tem apartamentos coletivos com refeitório, que oferece café da manhã, almoço e jantar, e fica no Sítio Barreirinho, na zona rural de Coronel José Dias, na mesma área da fábrica de Cerâmicas da Serra da Capivara. É bom para quem quer economizar e conhecer gente nova.
Pousada Trilha Capivara
No pitoresco povoado do Sítio do Mocó, a apenas três quilômetros do renomado Parque Nacional Serra da Capivara, a Pousada Trilha da Capivara é um verdadeiro refúgio para os amantes da natureza e da cultura local. As acomodações incluem quartos individuais e suítes climatizadas, todas estrategicamente posicionadas de frente para os imponentes paredões da Serra da Capivara: imagine acordar todas as manhãs com essa vista inspiradora!
Os quartos podem acomodar de duas a três pessoas, proporcionando um espaço confortável e relaxante. Cada quarto é climatizado para garantir seu conforto, enquanto o acesso a internet permite que você compartilhe suas aventuras com o mundo. E, é claro, o café da manhã saboroso é a maneira perfeita de começar o dia antes de explorar as maravilhas que a Serra da Capivara tem a oferecer.
Toca do Sansão
Localizada no distrito de Jurubeba, pertinho do Sítio do Mocó, a Toca do Sansão é uma pousada que oferece a estadia mais aconchegante da Serra da Capivara. Os quartos são bem equipados, proporcionando conforto e descanso para duas pessoas.
A proximidade com o Parque Nacional Serra da Capivara torna a pousada um ponto de partida perfeito para explorar a riqueza cultural e natural da região. Sem falar do atendimento atencioso e acolhedor, garantindo que sua estadia seja memorável.
O café da manhã é um deleite saboroso para começar o dia com energia. Além disso, você estará próximo a diversas atrações da região, permitindo que você aproveite ao máximo sua experiência na Serra da Capivara. Se você busca um local confortável e autêntico para sua jornada na região, a Toca do Sansão é a escolha ideal.
Baixão do Ouro
Perto de um dos mais significativos sítios arqueológicos do mundo, a Pousada Baixão do Ouro oferece não apenas acomodações confortáveis, mas também uma vista espetacular da Caatinga e da Mata Atlântica. Apenas a cinco minutos de carro está a entrada principal do Parque e do Museu da Natureza, você pode aproveitar ao máximo seus passeios e visitas aos museus e sítios arqueológicos.
Com 13 acomodações nas categorias superior e standard, a pousada acomoda de uma a cinco pessoas, atendendo a casais, famílias e grupos. As acomodações estão bem equipadas com comodidades como cama box, banheiro privativo, frigobar, ar-condicionado e internet, além de uma varanda para apreciar a vista. O destaque vai para o café da manhã preparado com carinho e dedicação, oferecendo uma variedade de opções, incluindo produtos frescos da comunidade local.
Faixas de preço da Serra da Capivara
Agora que você já viu as minhas opções preferidas – não só as minhas, mas as de muita gente também – é hora de dar uma olhada nos preços antes de decidir onde ficar na Serra da Capivara.
No mapa acima estão todas as opções de hospedagem da Serra da Capivara, especialmente as de São Raimundo Nonato. Para saber mais, você só precisa clicar nos pins azuis e pronto.
Outras dicas importantes
Guia
É obrigatória a contratação de guias ou condutores locais, credenciados pelo ICMBio, órgão federal que faz a gestão dos parques nacionais. Sem o guia, você não poderá ter acesso ao Parque, mesmo que seja um viajante experiente.
Eu contratei o Nestor – Whatsapp (89) 8111-5680 e aprendi muito sobre tudo o que vi. Ele organiza o roteiro de acordo com as nossas necessidades e prioriza o que é essencial, sem perder tempo, indo direto ao ponto – isso é ótimo para quem tem poucos dias de viagem.
Estradas
Praticamente todas as estrada entre as cidades e o Parque estão asfaltadas e com boa manutenção – há uma ou outra exceção, claro.
O maior perigo que percebi ao dirigir na região são os animais soltos na pista. Eu estou falando de animais silvestres – como veado e macaco, que cruzaram na frente do carro – e animais de criação – como vacas e cabras, que sempre apareciam em pontos diferentes da estrada.
Por isso, é muito importante dirigir com atenção e manter uma velocidade segura, pois acidentes com animais são frequentes.
Dentro do Parque, as estrada são de terra, mas também estão sempre bem cuidadas, já que a manutenção também é uma questão de segurança.
É fácil se locomover de um lugar para outro usando o GPS. Eu sempre uso o Google Maps, pois mesmo que o celular fique sem sinal, ele continua com as orientações da rota depois de já ter iniciado a viagem. O Waze não funcionou bem.
Internet e conexão
A Vivo é a melhor operadora da região. Nas áreas urbanas, especialmente em São Raimundo Nonato, e nos arredores é mais fácil conseguir sinal para se conectar à internet e fazer ligações. Outras operadoras, como TIM e Claro já têm conexão mais difícil.
Boa parte dos lugares têm conexão wi-fi com boa velocidade, inclusive nas portarias do Parque.
Acesso ao Parque
Como já expliquei, o acesso ao Parque é feito exclusivamente com acompanhamento de guias e condutores locais.
Não há cobrança de ingresso, mas é preciso parar nas principais portarias para assinar um termo de responsabilidade. Nele, você se compromete a não danificar os sítios arqueológicos e a não ultrapassar os limites das trilhas – entendeu que não é um lugar para sair andando sem limites?
Para visitar todos os circuitos abertos, você vai precisar de seis dias inteiros.
Os principais circuitos são o Boqueirão da Pedra Furada – onde foram feitas as primeiras escavações e as datações que confirmaram a presença do homem pré-histórico no continente americano a cerca de 50.000 anos –, o Sítio do Meio e o Baixão da Pedra Furada.
Há outros circuitos como o Desfiladeiro da Capivara, o Circuito do Veredão, o Circuito da Chapada, o Circuito da Jurubeba, o Baixão do Perna e o Serra Branca.
Todos os sítios arqueológicos estão muito bem cuidados, sinalizados e com acesso facilidade – trilhas, escadas e passarelas.
Museus
É essencial visitar o Museu do Homem Americano e o Museu da Natureza, pois eles concentram os resultados das pesquisas feitas em toda a região da Serra da Capivara.
No Museu do Homem Americano, você vai entender melhor como foi comprovada a presença humana nas Américas bem antes do que propunha a teoria do Estreito de Bering. Além disso, você vai poder entender melhor como foram feitas as pinturas rupestres e o que elas representam.
O Museu da Natureza é fantástico. Bastante tecnológico, ele nos proporciona uma imersão na vida natural da Caatinga de uma forma super lúdica e informativa.
Eu sugiro que você separe um dia para visitar os dois museus.
Aluguel de carro
Não há empresas de aluguel de carro em São Raimundo Nonato, o que é possível fazer é alugar carro particular. Eu aluguei com o Maycon – Whatsapp (89) 98146-2120.
Em Petrolina, há lojas da Movida e da Localiza no aeroporto. Uma diária de veículos Gol, Argo, C3, Onix ou similar custa cerca de R$ 140.
Dinheiro
A grande maioria dos lugares aceita pagamento com cartão de crédito ou débito, mas o Pix é o meio mais comum. Você pode levar dinheiro em espécie para casos de emergência, mas não há necessidade de andar com grandes valores.
Acessibilidade
Há 17 sítios acessíveis a cadeirantes, com trilhas niveladas e rampas. Quem precisar, pode usar cadeiras de rodas adaptadas que estão disponíveis em algumas portarias, mas é bom agendar o serviço com seu guia com antecedência.
Veja mais dicas do Piauí
Ficou mais fácil planejar sua viagem? Se tiver alguma dúvida, deixe sua pergunta nos comentários que eu respondo.
Se preferir, pode falar comigo no Instagram: @altiermoulin. Agora, aproveite para ver outras dicas do Piauí.
Respostas de 4
Foi uma das experiências mais legais que vivi no Brasil, Paulo.
Vale a pena se programar para conhecer.
Um abraço.
Nossa, deve ser sensacional fazer um circuito ai, não vejo a hora de conhecer esse lugar!
Os melhores meses são os do meio do ano, Carlos.
É um bom período para não sofrer com o calor.
Um abraço.
Deve ser melhor ir mais para o inverno, né? O calor deve ser muito forte nos meses mais quentes.