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Memorial do Holocausto: como visitar o monumento às vítimas do nazismo

Atualizado em 18 de outubro de 2022 – POR ALTIER MOULIN

O imperdível Memorial do Holocausto, em Berlim

O Memorial do Holocausto, em Berlim, foi construído para lembrar as vítimas de uma das maiores barbaridades da história humana: a perseguição e o extermínio de judeus e outras minorias durante a Segunda Guerra.

Entre 1939 e 1945, estima-se que 20 milhões de pessoas foram mortas na Europa. Mais de seis milhões eram judeus.

Homens, mulheres, velhos e crianças tiverem suas vidas interrompidas pelos nazistas da maneira mais cruel que você pode imaginar.

Entenda o que foi o nazismo

Os princípios que nortearam a ideologia nazista foram o ódio aos judeus, a negação da democracia e do comunismo, e a convicção da superioridade da raça alemã sobre qualquer outro povo. Com a ideia de criar uma sociedade pura, livre de outras etnias, os nazistas perseguiram e mataram milhões de judeus, mas não apenas.

Eslavos, russos, ciganos, homossexuais e tantos outros grupos entraram na lista. Todos foram capturados, escravizados e assassinados nas câmaras de gás, ou simplesmente fuzilados.

O imperdível Memorial do Holocausto, em Berlim

Liderado por Adolf Hitler, o Partido Nazista tomou o poder na Alemanha em 1933. Desde então, a política de doutrinação da população por meio da propaganda, que mostrava uma realidade disfarçada, passou a ocupar os veículos de comunicação nacionais.

Isso criou, em parte dos alemães, uma forte simpatia com os ideais defendidos pelos nazistas. Em um de seus famosos pronunciamentos, durante o congresso do Partido Nazista de 1937, Adolf Hitler defendeu o seu modelo nada convencional de formação.

Estamos educando uma juventude diante da qual o mundo inteiro temerá. Eu quero uma juventude que seja capaz de realizar violações, e que seja forte, poderosa e cruel“, declarou o ditador.

O imperdível Memorial do Holocausto, em Berlim

Em busca de poder, a Alemanha nazista matou, invadiu territórios e levou a Europa e países como Estados Unidos e Japão a se envolverem na maior guerra de todos os tempos.

Uma guerra que não apenas mudou as relações políticas, mas que, principalmente, marcou para sempre a história da humanidade.

O Memorial do Holocausto

O Memorial aos Judeus Mortos na Europa também é chamado de Memorial do Holocausto ou de Holocaust-Denkmal, em alemão.

Ele ocupa uma área de quase 20 mil metros quadrados, e se assemelha a um enorme cemitério: são exatos 2.711 blocos de concreto que parecem verdadeiros túmulos.

Mas não é só isso: no subsolo, funciona um museu, que eles chamam de Centro de Informação. Ele lembra as vítimas do regime nazista na Alemanha e de todo o território ocupado durante a Segunda Guerra Mundial.

Ali, é recontada essa terrível história por meio de fotos, vídeos, mapas e outros meios audiovisuais.

O imperdível Memorial do Holocausto, em Berlim

Resumo da Segunda Guerra

A Segunda Guerra Mundial teve como motivação principal a conquista de territórios por parte da Alemanha nazista. O país tinha o claro objetivo de repovoar toda a Europa com a raça alemã.

O primeiro passo para a maior guerra de todas as eras aconteceu em 1º de setembro de 1939, quando o exército de Hitler invadiu a Polônia.

Dezesseis dias depois, o exército vermelho da ex-União Soviética também entrou no combate avançando pela fronteira oriental do país.

A maioria das tropas polonesas se concentrava na porção ocidental, por onde avançavam os militares alemães.

O que o mundo ainda não sabia, até então, é que toda essa trama de ocupação e de divisão da Polônia já tinha sido acordada entre Stalin, líder da antiga União Soviética, e Hitler, comandante das forças alemãs, no Pacto de Não-Agressão.

Disputando o mesmo território, os dois países protagonizam uma guerra que devastou grande parte das cidades polonesas.

Para ter uma ideia, Varsóvia, a capital da Polônia, teve mais de 85% de seu território destruído. Sua população foi reduzida drasticamente para cerca de 10%. De 1,3 milhão de pessoas, a cidade passou a ter pouco mais de 150 mil.

No lado nazista, dezenas de campos de concentração foram criados. Inicialmente, eles abrigavam presos políticos – poloneses que se opunham ao regime nazista – e soldados soviéticos derrotados nos combates.

Mais tarde, esses campos passaram a receber judeus vindos de diversas partes da Europa. Em 1941, o continente já estava sob o domínio de Hitler.

Com o envolvimento de países como Estados Unidos, Inglaterra e França, os ataques ao domínio alemão se intensificaram. O número de civis mortos aumentou, tanto nos países ocupados, quanto na própria Alemanha.

O maior conflito de todos os tempos acabou em 1945, com a rendição do Japão, país aliado da Alemanha, depois que Hiroshima e Nagazaki foram destruídas por bombas atômicas.

A construção do Memorial

O memorial nasceu de uma iniciativa popular comandada pela jornalista Lea Rosh e pelo historiador Eberhard Jäckel, ainda na década de 1980, mas só em 1999 o Parlamento alemão aprovou a construção do Memorial, de acordo com o projeto apresentado pelo arquiteto norte-americano, Peter Eisenman.

A visita a um lugar como esse não poderia ser menos dolorosa do que é, mas isso é algo que deve ser educativo e promover uma reflexão profunda sobre nosso passado, presente e futuro.

De forma breve, eu descrevo como são algumas das principais exibições do Museu para que você se encoraje a visita-lo e a espalhar pelo mundo essa triste história, para que ela jamais se repita.

Aconteceu uma vez, e pode ser que aconteça novamente: isso é o ponto central do que nós temos que dizer“. Primo Levi

A visita ao Memorial

A visita começa com uma introdução aos horrores praticados pela polícia nazista entre os anos de 1933 e 1945.

Em uma linha do tempo ilustrada com fotos bastante dolorosas, a perseguição e o extermínio dos judeus europeus são explicadas de forma breve e didática.

O imperdível Memorial do Holocausto, em Berlim

No fim dessa primeira sala há um imenso painel com a foto de seis personagens. Eles representam os seis milhões de vítimas do holocausto e suas diferentes origens.

Últimos registros

No segundo ambiente estão alguns últimos registros de pessoas que perderam suas vidas nas mãos dos nazistas. São bilhetes, cartões-postais e cartas que nunca chegaram aos seus destinatários.

Um desses registros que vi na exposição era um cartão escrito por uma judia que estava sendo transportada de sua cidade até o campo de concentração de Auschwitz, onde foi assassinada em 1943.

O imperdível Memorial do Holocausto, em Berlim

Sem saber de seu futuro, Etty Hilesum descreveu como estavam sendo seus últimos dias e lançou o cartão por uma das gretas do vagão. Mais tarde, o cartão foi encontrado e, hoje, é parte do acervo do Memorial do Holocausto.

O imperdível Memorial do Holocausto, em Berlim

A sala das famílias é uma das mais dolorosas do Museu. Nos painéis estão fotos e a biografia de famílias que foram separadas pelos horrores do holocausto.

Essa sala deixa claro que não havia outro motivo pelo qual os judeus estavam sendo perseguidos, a não ser a sua origem, a sua etnia.

O imperdível Memorial do Holocausto, em Berlim

Nomes, lugares e sobreviventes

Aqui os nomes de todas as vítimas que já foram identificadas são exibidos e, pelo sistema de áudio, é possível conhecer um pouco da biografia de cada uma delas.

Apresentados dessa forma, seria necessário mais de seis anos para que os nomes de todas as vítimas fossem mostrados.

O imperdível Memorial do Holocausto, em Berlim

A sala que se segue mostra os principais campos de extermínio de judeus na Alemanha e nos países ocupados durante a guerra. E nas salas seguintes, há um espaço para lembrar os sobreviventes do maior genocídio da história recente.

O imperdível Memorial do Holocausto, em Berlim

Nos painéis e nos vídeos, as testemunhas vivas dessa história de horrores contam o que viram e como fizeram para superar os traumas deixados pelo holocausto.

Como visitar o Memorial do Holocausto

Quanto custa

A entrada no Memorial do Holocausto e no Centro de Informações é gratuita, mas é interessante fazer a reserva com antecedência para não enfrentar filas. Para a visita você pode contratar um audioguia e ter explicações detalhadas de todas as salas de visitação.

O preço cobrado é EUR , e é preciso deixar um documento oficial como garantia de devolução do equipamento. Veja quais os idiomas disponíveis.

A exibição sobre a perseguição e o extermínio dos judeus europeus atrai cerca de 500 mil visitantes por ano e, justamente por ser gratuita, pode ser que você encontre uma pequena fila na entrada.

O Memorial não recomenda a visita para crianças com menos de 14 anos.

Quando ir

A parte superior do Memorial do Holocausto – onde estão os blocos de concreto – fica permanentemente aberta.

Não é permitido subir nas instalações, e é importante lembrar que este é um lugar solene, portanto evite fumar, beber e falar alto.

O Centro de Informação funciona de terça a domingo, das 10h às 20h, nos meses de abril a setembro. No período de outubro a março, o museu fecha uma hora mais cedo.

A primavera e o verão são as melhores épocas do ano para visitar a Alemanha. Os dias são mais claros, mais longos e a temperatura mais agradável, ideal para atividades ao ar livre.

Em Berlim, chove mais nos meses de junho a agosto, e o frio é constante de dezembro a fevereiro.

Como chegar

Para quem vêm de ônibus, as linhas 100, 200, M41, M48 e M85 têm paradas bem perto do Memorial. No metro, as estações mais próximas são a Brandenburg Tor e a Postdamer Platz, e as linhas que passam por aqui são S1, S2 e S25, e as linhas U2, U6 e U55.

Berlim tem dois aeroportos internacionais, o Brandemburg (BER) e o Tegel (TXL), e ambos recebem voos partindo do Brasil.

Informações Básicas

Visto

Brasileiros não precisam de visto para entrar no país e permanecer por até 90 dias.

Documentos

É necessário apresentar o passaporte com seis meses de validade.

Dinheiro

A moeda do país é o euro e a maioria dos lugares aceita cartões de crédito e débito internacional.

Vacinas

Nenhuma vacina específica é exigida de brasileiros embarcados no Brasil.

Informações sobre covid-19

As restrições de viagem contra a covid-19 foram suspensas na Alemanha. Viajantes internacionais não são mais obrigados a apresentar provas da vacinação, da recuperação da covid-19 ou resultado negativo dos teste.

Seguro viagem

O seguro viagem é obrigatório para todos os países europeus que fazem parte do Tratado de Schengen: a Alemanha é um deles.

Sem o seguro, você pode ser impedido de entrar no país. E tem mais: há uma cobertura mínima de EUR 30.000. Portanto, você precisa informar para qual – ou quais – país vai viajar antes de comprar o seguro.

Além disso, nem todos os países têm um sistema de saúde público e gratuito. Na verdade, na maioria deles, viajantes estrangeiros não têm acesso a assistência médica gratuita. Por isso, é muito importante ter o seguro internacional de saúde – também chamado de seguro viagem.

→ PLANOS MAIS INDICADOS

Eu sempre indico o Seguros Promo, um site que compara os preços de várias seguradoras e nos mostra os melhores valores para cada cobertura.

Você vai notar que existem muitas opções de seguradoras e planos, mas o que você precisa mesmo é de um seguro viagem com no mínimo EUR 30.000 de cobertura para despesas médicas e hospitalares.

O plano TRAVEL ASSIST 150 MUNDO (EXCETO EUA) +COVID-19 é um dos mais completos. Ele tem cobertura para despesas médicas no valor de EUR 150.000, seguro bagagem de USD 1.500 e é válido em toda a Europa.

ITA 30 SMART EUROPA é um dos mais baratos. Ele tem despesas médica e hospitalar no valor de EUR 30.000, seguro bagagem de EUR 250 e cobertura para covid-19 na modalidade de reembolso – é bom ler tudo direitinho antes de comprar.

Veja mais dicas da Alemanha

Ficou mas fácil planejar sua viagem? Se tiver alguma dúvida, é só deixar suas pergunta nos comentários que eu respondo.

Se preferir, pode falar comigo no Instagram: @altiermoulin. Agora, aproveite para ver outras dicas da Alemanha.

SOBRE O AUTOR

COMENTÁRIOS

Respostas de 8

  1. Olá, parabéns pelo conteúdo. Gostaria apenas de lembrar que praticamente todos os países protagonistas da 2a guerra mundial realizaram tratados de “não agressão” com a Alemanha Nazista, e muitos ficaram um bom tempo “em cima do muro” achando que haveria alguma possibilidade de negociação com Hitler e os nazistas. Os acontecimentos que se seguiram demonstraram ser algo impossível diante da sanha megalomaníaca e desumana do ícone máximo da escória da humanidade. Faço a ressalva para lembrar também que se o exército vermelho não tivessem lutado contra os nazistas em acordo com os exércitos dos países aliados a guerra teria sido ainda mais sangrenta, mais longa e Hitler poderia ter vencido. A Polônia flertou com o Nazismo assim como muitas nações entre elas os EUA e até mesmo o Brasil, seu destino foi terrível justamente por se encontrar geopoliticamente no centro do conflito.

  2. Boa noite.
    Gostaria de corrigir um equívoco cometido no início do texto.
    A polícia que perseguiu os judeus foi a polícia nazista, não a polícia socialista.
    O erro deve ter se dado porque o partido nazista também era conhecido como nacional socialista, mas ao contrário do que o nome pode dar a entender, o nacional socialismo descrito por Hitler nada tem a ver com o socialismo da União Soviética.
    Muito pelo contrário. Quem se dizia socialista, comunista ou social democrata naquela época também era caçado pelo partido nazista. Houve até uma lei que os impedia de participar da política alemã.
    O conceito de nacional socialismo criado por Hitler se referia a utilidade que o indivíduo tinha ao estado (nacional) e ao retorno que o estado proporcionava ao indivíduo (socialismo). O termo é o mesmo, mas o significado é completamente diferente.
    Fora isso, ótimo texto e, sim, visita obrigatória a quem vem a Berlim.
    Abraços.

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