Depois que potentes ataques atingiram Dresden na Segunda Guerra, a cidade precisou se reconstruir. Mas, parece que tudo aqui existe para nos fazer esquecer esse tempo. Se Berlim faz questão de manter vivas as lembranças da Segunda Guerra Mundial por meio de monumentos, memoriais e museus, Dresden parece querer apagá-las definitivamente. Aqui, há poucos indícios de que, um dia, quase tudo virou cinzas e um amontoado de ruínas.
O centro da cidade foi severamente bombardeado pelas tropas inimigas em fevereiro de 1945. Praticamente todos seus prédios foram devastados e mais de 35 mil pessoas morreram em consequência dos ataques.
Dresden na Segunda Guerra
Maior símbolo desse tempo, a igreja luterana Frauenkirche foi, praticamente, toda destruída durante os bombardeios. Ela permaneceu assim durante décadas, até o fim do comunismo na Alemanha. Reconstruída, a partir de 1993, e reinaugurada, em 2005, a igreja se tornou um ponto de visitação indispensável da cidade.
Nos arredores da Frauenkirche, você pode ver a estátua de Martinho Lutero que resistiu à guerra. Dá para ver também uma parte da cúpula do antigo templo, que agora é vista como um memorial.
Na fachada, a gente consegue diferenciar os tijolos novos dos originais. Mas, é quando comparamos as fotos de antes e depois que entendemos como a destruição da cidade foi grandiosa e, igualmente, sua reconstrução.
Além da Frauenkirche, mais de 70 igrejas foram atingidas pelos bombardeios. Estes são considerados, por muitos, um violento crime de guerra, já que Dresden não era uma cidade importante no contexto da Segunda Guerra Mundial. Para piorar, a maioria dos alvos – hospitais, igrejas e prédios residenciais – nada tinha a ver com o conflito.
O Museu Histórico Militar – Militärhistorisches Museum der Bundeswehr, em alemão – também nos conta um pouco desse período histórico. Com um grande acervo sobre as guerras alemãs, o prédio marca o local exato onde começaram os bombardeiros.
Outros sinais da maior guerra de todos os tempos também são vistos nas ruas, nas paredes dos prédios retocados para tentar apagar o passado. Mas, talvez, a maior cicatriz desse período doloroso tenha ficado na alma do povo de Dresden.
Há pouco menos de duas décadas, neonazistas desfilavam pelas ruas da cidade em revolta aos ataques. Nesse movimento retrógrado, aproveitavam para negar o Holocausto. Eles alegavam que os alemães não tiveram culpa na perseguição aos judeus e a outras minorias. Felizmente, a Marcha do Luto foi proibida em 2012, mas, ainda hoje, Dresden é um dos maiores centros de disseminação dos ideais nazistas no país.
Planeje sua visita a Dresden
Quanto custa | Não é preciso pagar para entrar na Frauenkirche, mas nesse esquema você terá acesso apenas à parte principal. A visita guiada também é gratuita e percorre outras áreas da igreja, como as galerias, o museu que lembra seu processo de reconstrução e a torre. Do alto dá para ter uma bela vista da cidade. Durante todo o ano, dezenas de concertos e apresentações musicais acontecem no templo. Você pode consultar o calendário de eventos e comprar seu tíquete neste site.
O Museu Militar de Dresden funciona de quinta a terça, das 10h às 18h. A entrada custa EUR 7 e dá direito a visitar onze exposições permanentes. Elas são divididas em três períodos históricos: 1300-1913, 1914-1945 e 1945 até os dias atuais. Isso além das mostras temporárias.
Quando ir | Dresden tem um verão com temperaturas amenas, mas esse é também o período mais chuvoso. Julho é o mês que mais chove. O inverno é seco e muito frio, com temperaturas sempre abaixo de zero grau. A neve cai durante os meses de novembro a março. Na minha opinião, o melhor período para conhecer Dresden é de maio a setembro, quando os dias estão mais claros e mais longos. Mas, como já expliquei, esses são também os meses mais chuvosos do ano.
Quem leva | Se você é daquele tipo de viajante que gosta de conhecer as histórias de cada lugar, eu indico que você contrate um passeio guiado. Essa opção de caminhada pelo Centro Histórico inclui uma visita aos principais prédios e monumentos da cidade.
Como chegar | Para chegar à Frauenkirche você pode usar o serviço de bondinhos. A linha 4 do TRAM para na estação Altmarkt, e as linhas 8 e 9, na estação Theaterplatz. A linhas de ônibus 333, 369 e S/H (Pirna) param na Rua Wilsdruffer, a cinco minutos de caminhada até a igreja. Para chegar ao Museu Militar de Dresden, você pode usar as linhas 8 e 9 do bondinho e descer na estação Stauffenbergallee.
O Aeroporto de Dresden (DSR) recebe somente voos domésticos e fica a 12 quilômetros do centro da cidade.
Onde ficar | Dresden tem ótimas opções de hospedagem, e isso inclui as redes mundiais, como os hotéis Ibis, e hostels mais baratinhos. Eu me hospedei no Ibis Bastei. Ele fica numa região bastante comercial, super movimentada com muitas lojas, bares e restaurantes. Além disso, a Estação Central de trens fica a duas quadras e o Centro Histórico, a cerca de 15 minutos caminhando. Veja outras opções de hospedagem em Dresden.
Visto | Brasileiros não precisam de visto para entrar na Alemanha, e podem permanecer aqui por até 90 dias. Na chegada, o oficial da imigração poderá exigir, além de seu passaporte, a passagem de volta e o comprovante do seguro viagem, que é obrigatório para todos os países que assinaram o Acordo de Schengen.
Outras informações | Para ver outras informações sobre a Alemanha e planejar sua viagem com mais precisão, leia: Viagem para a Alemanha: o que você precisa saber. Para quem gosta de cinema, uma boa dica é dar uma olhada nessa lista: Nove filmes sobre a Segunda Guerra Mundial.