Internet em Cuba: quanto custa e como se manter conectado

A internet em Cuba é, sem dúvida, um dos temas que mais causam dúvidas entre os viajantes. Afinal, estamos acostumados a chegar em qualquer lugar do mundo, ativar o roaming ou conectar ao Wi-Fi do hotel e pronto. Mas em Cuba, as coisas não funcionam assim – e isso não é apenas ruim, é pior por que nos exige uma dose extra de planejamento.

→ Onde ficar em Havana

Nos últimos anos, o país deu passos importantes em direção à conectividade, com a chegada da internet móvel e a ampliação dos pontos Wi-Fi públicos. Ainda assim, navegar na internet em Cuba continua sendo um desafio. O acesso é limitado, o custo é alto para os padrões locais e a estabilidade da conexão depende muito da região e da hora do dia – e um detalhe muito importante: em Cuba, não existe internet de graça.

É por isso que eu vou explicar direitinho como usar a internet em Cuba: onde conectar, quanto custa, o que funciona – ou não –, e como se planejar para não depender dela em momentos cruciais. Com as dicas certas, dá sim para se manter online — mesmo com algumas limitações no caminho.

Internet em Cuba

A internet em Cuba é controlada por uma única operadora estatal: a ETECSA. Ela é responsável por fornecer todos os serviços de telefonia e internet no país, tanto para moradores quanto para turistas.

Isso significa que não existe concorrência no setor e o acesso segue um modelo centralizado, com regras próprias e limites bem definidos.

Apesar dos avanços recentes, como a liberação da internet móvel e a expansão dos pontos Wi-Fi públicos, o acesso ainda é limitado, caro e muitas vezes instável.

A velocidade da conexão varia bastante, principalmente dependendo do horário e da quantidade de pessoas conectadas ao mesmo tempo – nos horários de pico, a rede costuma ficar mais lenta ou até cair completamente.

Outro ponto importante é que a infraestrutura digital no país ainda é precária. Em muitas regiões do interior ou em cidades menos turísticas, a cobertura de sinal é fraca ou inexistente. Por isso, é comum ver cubanos e turistas aglomerados em praças e calçadas, perto dos pontos de Wi-Fi públicos, tentando se conectar com os cartões da ETECSA.

Mesmo assim, é possível se manter conectado – desde que você entenda como o sistema funciona e se prepare com antecedência. Usar a internet em Cuba exige planejamento: você precisa comprar créditos, entender onde há sinal e aceitar que, às vezes, vai ficar offline por um tempo.

Internet móvel em Cuba

A chegada da internet móvel em Cuba, em 2018, foi um divisor de águas. Pela primeira vez, os cubanos puderam acessar a internet de seus próprios celulares sem depender exclusivamente dos pontos Wi-Fi públicos. Desde então, turistas também passaram a contar com essa possibilidade – embora o processo para ativar os dados móveis ainda seja burocrático e limitado.

Como já comentei, a única operadora disponível é a ETECSA e, para usar os dados móveis, você vai precisar de um chip local.

Hoje existe o “tourist SIM”, um chip específico para estrangeiros que inclui um pacote pré-pago com dados móveis e validade de até 30 dias. Ele pode ser comprado nos aeroportos internacionais, como o Aeroporto Internacional José Martí (HAV), em Havana, ou diretamente nas lojas da ETECSA, nas principais cidades.

O chip turístico dá acesso à rede 3G e 4G, dependendo da região. Em cidades como Havana, Varadero, Cienfuegos e Trinidad, a conexão costuma funcionar de forma aceitável, especialmente durante o dia. Já em áreas menos turísticas ou em horários de pico, o sinal pode oscilar bastante ou até desaparecer. Ainda assim, é a forma mais prática e autônoma de acessar a internet em Cuba atualmente.

Vale lembrar que o chip não é barato e os pacotes de dados têm um limite – ou seja, nada de gastar megas à toa. Assistir vídeos, subir fotos para a nuvem ou fazer chamadas de vídeo longas pode consumir seu plano rapidinho. O ideal é usar os dados com moderação e aproveitar o Wi-Fi sempre que disponível.

Internet nos hotéis

Nos hotéis e resorts de Cuba, o acesso à internet varia bastante de acordo com o padrão da hospedagem. Em estabelecimentos mais simples, o Wi-Fi costuma ser cobrado à parte e está disponível apenas nas áreas comuns, como recepção ou lobby. Já em resorts all inclusive e hotéis de categoria superior, a conexão é mais acessível, embora nem sempre gratuita.

A forma mais comum de se conectar é por meio de cartões com login e senha vendidos na recepção ou em lojas da ETECSA dentro dos próprios hotéis.

Esses cartões funcionam por tempo de uso – normalmente uma ou cinco horas – e podem ser utilizados em qualquer rede da ETECSA, inclusive nos pontos públicos. A velocidade da internet em Cuba, nesses casos, costuma ser suficiente para apps de mensagem e navegação leve, mas chamadas de vídeo ou streaming raramente funcionam sem interrupções.

Mesmo em hotéis bem avaliados, é comum o sinal ser instável ou não alcançar os quartos. Por isso, se a conexão for importante durante a sua estadia, vale checar com o hotel quais áreas têm cobertura e se o acesso está incluído na diária.

Pontos públicos de Wi-Fi

Os pontos públicos de Wi-Fi são, até hoje, uma das formas mais populares de acessar a internet em Cuba, tanto para os moradores quanto para os turistas.

Eles estão espalhados por praças, calçadas de avenidas movimentadas, áreas próximas a hotéis, centros culturais e até em frente a algumas lojas da ETECSA. Basta observar: onde houver um grupo de pessoas sentadas em bancos ou encostadas em muros, olhando fixamente para o celular, provavelmente há um sinal de Wi-Fi da ETECSA ativo.

Para se conectar, é necessário comprar um cartão pré-pago com login e senha, que pode ser adquirido nas lojas oficiais da ETECSA ou, em alguns casos, com vendedores informais. Esses cartões são vendidos com pacotes de tempo e funcionam com qualquer dispositivo — basta estar dentro da área de cobertura e fazer o login pela rede Nauta.

A velocidade da conexão nesses pontos é bastante variável.

Quanto custa a internet

O acesso à internet em Cuba ainda é pago na maioria dos casos e o valor pode variar bastante dependendo de onde você compra o cartão. A forma mais comum de conexão é por meio de cartões pré-pagos da ETECSA, vendidos em lojas oficiais e em alguns estabelecimentos comerciais autorizados.

Esses cartões vêm com um login e uma senha, e funcionam por tempo de uso – não por volume de dados.

Nas lojas da ETECSA, os preços seguem a tabela oficial:

Porém, nem sempre é fácil encontrar os cartões nas lojas oficiais, especialmente em cidades mais movimentadas. É aí que entra o mercado informal: na rua, não é raro ver alguém vendendo o mesmo cartão de 1 hora por 70 CUP ou até mais. Por outro lado, também é possível encontrar boas ofertas no câmbio paralelo, onde o mesmo cartão pode sair por algo em torno de CUP 25.

Para usar o cartão, basta se conectar a uma rede Wi-Fi da ETECSA e acessar o site portal.nauta.cu – que só funciona dentro de Cuba.

No site, você digita o usuário e a senha impressos no cartão e pronto, já pode navegar. Mas atenção: assim que terminar de usar, é essencial fazer log-out do sistema, senão seu tempo continuará sendo consumido mesmo com a tela desligada.

Essa combinação de cartões, conexões instáveis e preços flutuantes faz parte da experiência de usar a internet em Cuba. Com um pouco de prática, você pega o jeito e evita desperdícios.

Dicas práticas

Para navegar com mais tranquilidade e evitar frustrações, vale seguir algumas dicas práticas sobre o uso da internet em Cuba.

A primeira e mais importante delas é: vá preparado para a instabilidade. Mesmo que você compre um chip turístico ou tenha acesso ao Wi-Fi no hotel, nem sempre a conexão vai funcionar como o esperado — por isso, o planejamento é essencial.

Uma ótima estratégia é baixar tudo o que você puder antes da viagem. Salve mapas offline no Google Maps, baixe seus roteiros, reservas e até frases básicas em espanhol no Google Tradutor. Aplicativos como o Maps.me também funcionam bem offline e ajudam bastante na locomoção.

Se você pretende comprar um chip local, tente fazer isso logo no aeroporto, onde geralmente há quiosques da ETECSA voltados para turistas. Nas cidades, as filas nas lojas costumam ser longas, e o atendimento pode ser demorado. E lembre-se:  o chip não inclui chamadas, apenas dados móveis. 

Outro ponto importante é controlar o uso do seu pacote de dados. Desative atualizações automáticas e evite assistir vídeos ou abrir mídias pesadas enquanto estiver usando a rede móvel. Aproveite as conexões Wi-Fi dos hotéis ou casas particulares para realizar tarefas mais pesadas, como subir fotos ou baixar arquivos.

Por fim, vale manter o espírito leve: você não precisa estar conectado o tempo todo. Estar em Cuba também é uma ótima oportunidade para se desconectar um pouco, observar mais, conversar com as pessoas e se envolver com o ritmo da ilha. E isso, nenhuma rede entrega.

Conexão no celular

Antes da viagem, eu já estava pronto para ficar longe do celular por algum tempo. Mas, ainda bem, isso não aconteceu: logo que desci do avião, em Havana, vi que meu aparelho registrava o sinal de 3G e isso foi motivo para uma pequena euforia.

Como tinha um plano de roaming, consegui me conectar em todas as cidades por onde passei. Claro que em algumas áreas o sinal era péssimo e carregar qualquer página da internet era impossível, mas pelo menos o Whatsapp nunca me deixou na mão.

Isso foi possível porque minha operadora no Brasil, a Vivo, tem uma parceria com a Cubacel, a empresa de celular de Cuba. Mesmo quem não tiver o plano ativo no aparelho pode comprar acessos diários. Para saber mais, leia todas as informações sobre o roaming.

NOTA
Como tem acontecido com vários países, Cuba tem registrado uma escalada nos preços de forma generalizada. Em 2024, a inflação registrada no país foi de 30,7% e as previsões para 2025 mostram inflação ainda alta.

Informações Básicas

Visto

Brasileiros precisam de visto para entrar em Cuba. É possível fazer o pedido online ou solicitar presencialmente nos consulados.

Documentos

É necessário apresentar o passaporte com validade mínima de seis meses e outros documentos e comprovantes obrigatórios.

Dinheiro

A moeda de Cuba é o peso cubano e o ideal é levar euros e trocar seu dinheiro em Cuba. Cartões de crédito e débito são raramente aceitos.

Vacinas

A vacina contra febre amarela é obrigatória e sem o Certificado Internacional de Vacinação e Profilaxia (CIVP) você não embarca.

Seguro viagem obrigatório

O seguro viagem para Cuba é obrigatório e, sem ele, você pode ser impedido de entrar no país.

É que mesmo tendo um serviço de saúde pública considerado referência, os hospitais e clínicas de Cuba só atendem gratuitamente quem mora no país – até os cubanos que vivem no exterior precisam de um seguro viagem.

→ PLANOS MAIS INDICADOS

A Seguros Promo é a plataforma que eu sempre uso para comprar o seguro viagem. Com ela, é possível comparar os preços e as coberturas das seguradoras mais confiáveis do mercado.

Compras feitas através do Seguros Promo com o cupom de desconto PENAESTRADA5 têm 5% de desconto. Se quiser mais 5% de desconto extra, é só pagar no Pix ou no boleto — totalizando 10% de desconto. Também é possível pagar em até 12x no cartão.

Os planos mais indicados para quem vai fazer uma viagem para Cuba são os que mostro abaixo. Todos têm telemedicina 24 horas por dia em português. Antes de contratar, eu sugiro que você veja como funciona o seguro e porque ele é obrigatório.

SM 30 AMERICA LATINA Este plano é um dos mais baratos e cobre até USD 60.000 em despesas médicas e hospitalares, ideal para imprevistos de saúde durante a viagem, incluindo tratamento para covid-19. Em caso de problemas com bagagem, o seguro garante até USD 1.200 por extravio. Também inclui cobertura para cancelamento de voo pela companhia aérea e reembolso de até USD 2.000 em despesas não reembolsáveis se for preciso cancelar a viagem por motivos previstos na apólice. VEJA O PREÇO E COMPRE

ITA 60 AM. LATINA O plano cobre até USD 30.000 em despesas médicas e hospitalares, incluindo tratamento para covid-19. Em caso de extravio de bagagem, a cobertura é de até USD 1.200. Também há reembolso de até USD 2.000 para cancelamento da viagem pelos motivos cobertos, como problemas de saúde ou falecimento. É uma opção mais acessível, mas ainda completa para quem quer viajar com segurança. VEJA O PREÇO E COMPRE

MTA 150 AM. LATINA Neste plano, a cobertura para despesas médicas e hospitalares é de até USD 60.000, incluindo o tratamento para covid-19. Em caso de problemas com bagagem, há cobertura de até USD 1.200 por extravio. O seguro também garante reembolso de até USD 3.000 no caso de cancelamento da viagem por motivos previstos em apólice, como emergências médicas ou falecimento. VEJA O PREÇO E COMPRE

AC 150 PROMOCIONAL AM. LATINA Este plano é um dos melhores e tem cobertura de até USD 15.000 para despesas médicas e hospitalares, incluindo tratamento para covid-19. Em caso de extravio de bagagem, o segurado tem direito a até USD 1.200. Cobre também cancelamento de viagem por motivos previstos, com reembolso de até USD 2.000 em despesas não reembolsáveis. VEJA O PREÇO E COMPRE

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Se preferir, pode falar comigo no Instagram: @altiermoulin. Agora, aproveite para ver outras dicas de Cuba.